Apesar de poder surgir em qualquer idade, 90% dos casos manifestam-se antes dos 5 anos, sendo que mais de metade aparece logo no primeiro ano de vida. Em muitos casos, as lesões melhoram significativamente com o crescimento e desaparecem antes da adolescência. No entanto, há situações em que os sintomas persistem até à idade adulta — sobretudo quando a doença surge mais tarde.
A dermatite atópica é mais frequente em zonas urbanas e tem tendência a afetar pessoas com história pessoal ou familiar de outras doenças alérgicas, como asma ou rinite alérgica.
A dermatite atópica caracteriza-se por:
Comichão intensa e persistente (prurido)
Vermelhidão e inflamação da pele
Pele seca, descamativa e irritada
Lesões que variam com a idade: na infância são mais generalizadas, enquanto nas crianças mais crescidas e adultos tendem a localizar-se em áreas específicas como as dobras dos braços, joelhos, mãos ou pescoço.
Nas fases agudas, podem surgir vesículas, exsudado (líquido) e formação de crostas. Com o tempo, a pele pode engrossar e escurecer, tornando-se mais áspera.
Coçar as lesões agrava o problema e pode levar a feridas e infeções secundárias. Além disso, fatores como o stress emocional, alterações de temperatura ou exposição a certos tecidos ou detergentes podem desencadear ou agravar os sintomas.
A causa exata ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que há uma combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Crianças com pais que sofrem de doenças atópicas têm maior risco de também desenvolver dermatite atópica:
25% de probabilidade se um dos pais for atópico
50% de probabilidade se ambos os pais tiverem alguma condição atópica
O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado na observação dos sintomas e no histórico do paciente. Não existe um teste específico que confirme a dermatite atópica. Por isso, é comum que o médico necessite de algumas consultas para avaliar corretamente o quadro.
É importante distinguir esta condição de outras que causam sintomas semelhantes, como a dermatite seborreica, pois o tratamento e o prognóstico são diferentes.
Apesar de não ter cura, a dermatite atópica pode ser muito bem controlada com os cuidados certos. Aqui ficam algumas estratégias eficazes:
🛁 Higiene e hidratação
Banhos rápidos, com água morna e sabão suave, são essenciais.
A pele deve ser hidratada imediatamente após o banho, com cremes ou loções emolientes que ajudem a reforçar a barreira cutânea.
💊 Medicamentos e cuidados específicos
Em situações agudas, podem ser necessários corticosteroides tópicos para controlar a inflamação (sempre com orientação médica).
Os anti-histamínicos podem ajudar a aliviar a comichão, especialmente à noite.
Quando há sinais de infeção, pode ser necessário recorrer a antibióticos.
👕 Cuidados com o vestuário e ambiente
Usar roupas de algodão e evitar tecidos sintéticos ou ásperos.
Lavar a roupa com detergentes suaves e enxaguar bem.
Evitar o excesso de calor, transpiração e ambientes com muito pó ou ácaros.
🧴 Outros cuidados úteis
Manter as unhas curtas para evitar feridas ao coçar.
Após atividade física, é aconselhável tomar banho para remover o suor.
Em casos mais resistentes, os adultos podem beneficiar de tratamentos como a fototerapia (exposição controlada à luz UV).
Embora não seja possível prevenir a dermatite atópica, é possível reduzir a frequência e intensidade das crises com uma rotina de cuidados adequada:
Hidratar a pele diariamente
Evitar banhos quentes ou prolongados
Proteger a pele do frio, vento e calor excessivo
Se tiveres dúvidas sobre o diagnóstico, tratamento ou os produtos mais indicados para cuidar da pele atópica, fala connosco. N'A Minha Farmácia, temos uma equipa pronta para ajudar e recomendar as melhores soluções para proteger e confortar a pele dos mais pequenos — e dos mais crescidos também.