A crosta láctea é uma condição benigna e muito comum nos primeiros meses de vida dos bebés. Apesar de poder parecer alarmante à primeira vista, esta situação dermatológica é inofensiva e, na maioria das vezes, desaparece por si só. Saiba o que é, como identificá-la e que cuidados pode ter para ajudar na sua resolução.

O que é a crosta láctea?

Também conhecida como dermatite seborreica infantil, a crosta láctea caracteriza-se pelo aparecimento de crostas ou escamas oleosas e amareladas, sobretudo no couro cabeludo do bebé. Embora seja mais frequente nessa região, pode igualmente surgir nas sobrancelhas, nas orelhas, na face e, em alguns casos, na zona da fralda.

Esta condição tende a aparecer entre as 3 semanas e os 12 meses de vida, sendo mais comum em bebés com pele sensível ou tendência atópica. Felizmente, não provoca dor, comichão ou desconforto no bebé e não é contagiosa.

O que provoca a crosta láctea?

A causa exata ainda não é totalmente conhecida, mas existem alguns fatores associados:

• Influência hormonal: Acredita-se que hormonas transmitidas da mãe para o bebé durante a gravidez possam estimular as glândulas sebáceas, levando à produção excessiva de oleosidade.
• Presença de fungos: A Malassezia furfur, um fungo naturalmente presente na pele, pode proliferar nas zonas mais oleosas e contribuir para o aparecimento das crostas.
• O excesso de oleosidade dificulta a eliminação natural das células mortas da pele, que se acumulam e formam as crostas típicas da condição.

Como identificar a crosta láctea?

Os principais sinais incluem:

• Crostas ou escamas espessas, oleosas e de cor amarelada.
• Couro cabeludo com aspeto escamoso ou ligeiramente avermelhado.
• Possível queda de cabelo nas zonas afetadas (que volta a crescer normalmente).
• Pele com aspeto oleoso ou, em alguns casos, seca e com descamação.

É necessário tratar?

Na maioria dos casos, não é preciso qualquer tratamento específico, pois a condição tende a desaparecer com o tempo. No entanto, por razões estéticas ou para ajudar na sua resolução, pode adotar algumas medidas simples:

• Aplicar um emoliente suave ou óleo vegetal (como óleo de amêndoas doces) cerca de 30 minutos antes do banho
• Lavar o cabelo do bebé com um champô suave, específico para crosta láctea
• Utilizar uma escova macia ou pente apropriado para bebés para soltar suavemente as crostas
• Evite forçar a remoção das crostas, pois pode irritar a pele e causar inflamação.

E se as crostas persistirem?

Nos casos em que a crosta láctea é mais resistente ou se houver sinais de inflamação (vermelhidão intensa, secreção, sangramento), é importante consultar o pediatra. Poderá ser necessário:

• Aplicação de cremes com ingredientes queratolíticos suaves, que ajudam a remover as crostas.
• Em alguns casos, tratamento antifúngico ou anti-inflamatório local.

Pode prevenir-se a crosta láctea?

Embora não seja possível garantir a sua prevenção, alguns cuidados podem ajudar a reduzir o risco:

• Utilizar produtos de higiene suaves e adequados à pele do bebé, preferencialmente sem fragrâncias nem parabenos.
• Evitar lavagens excessivas ou o uso de champôs agressivos.
• Manter o couro cabeludo limpo e seco.
• Hidratar regularmente a pele do bebé com produtos indicados para peles sensíveis.

Quando deve procurar aconselhamento médico?

Fale com o pediatra se:

• As crostas persistirem por longos períodos ou se agravarem
• Aparecerem em zonas extensas do corpo
• Houver sinais de inflamação, sangramento ou exsudação
• O bebé parecer incomodado ou apresentar outros sintomas associados

Em resumo, a crosta láctea é uma condição temporária, inofensiva e muito comum. Com os cuidados certos e alguma paciência, a pele do seu bebé voltará ao normal sem deixar marcas.